quarta-feira, 28 de novembro de 2007

200 anos e os nosso patrícios continuam os mesmos

Mal chegamos a Portugal para documentar os 200 anos da partida da Corte Portuguesa para o Brasil e nossa língua, que é a mesma, mas com tantas expressões diferentes já começa a nos pregar peças.
Jairo e Tatiana, técnico e editora da equipe da repórter Monica Sanches estavam no processo de alugar o carro quando ela perguntou para o rapaz da locadora:
- O carro tem som?
- Se o ligares tem.

No mesmo dia, já era bem tarde quando sentamos à mesa do restaurante e Andréa perguntou se ainda estavam atendendo. O garçom imediatamente respondeu:
- Claro, pois que estão sentados. Terão que ser atendidos.

Em Mafra, Andréa Escobar, minha editora, quer deixar Jorge, o motorista da carrinha, que é como chamam as vans por aqui, mais tranqüilo e diz que vamos demorar muito gravando em todo o Palácio e no Convento.

- O senhor me dá o seu celular e pode sair almoçar, dar uma volta, ficar à vontade. Quando estivermos terminando a gravação, eu ligo para o senhor vir nos buscar.

O homem faz uma cara de quem não está entendendo nada. Meio constrangido, tira do bolso o aparelho e o estende para a Andréa.
Ela, rapidamente, explica:
- Não precisa me dar o aparelho. Quero saber o número
E ele, sorrindo e bem mais aliviado:
- Ah, pois já estava a me perguntar como faria para receber a ligação da senhorinha se lhe desse o meu telemóvel.
Nas vezes em que andamos de carro alugado, usamos o Tom-tom, o sistema de GPS, que resolvera nossa vida quando percorremos os caminhos de Napoleão Bonaparte n França. Lá, o aparelhinho falava francês, mas em Portugal, nosso Tom-tom veio falando espanhol. Era um tal de “gire a la derecha, después de la rotonda”, pra cá e “segunda salida al final de la ruta” para lá. E as instruções em espanhol estavam enchendo a paciência . Depois de muito mexer na configuração, botei o Tom-tom para falar português. E o Tom-tom português já veio com mais uma expressão dos nossos patrícios:
- Saia na saída.

Ora, pois, sair na entrada é que não seria...

Sandra Moreyra

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

ATUALIZANDO



A muito não escrevo...
Tudo acontece tão rápido que os registros ficam esquecidos.
Tanto material guardado, sem uso...
Quase um egoísmo em não compartilhar experiências e percepções.
Não que sejam especiais, mas de alguma forma ajudam a entender que cada um tem seu olhar dentro deste universo.

Estive a pouco tempo em Buenos Aires,
coincidiu com as eleições locais.
Se meu universo fosse a realidade, a Cristina Kitcher teria perdido a votação.
Não cruzei com um cidadão que a apoiasse.
Na Ricoleta recolhi este encarte na porta do Disco, Supermercado “Zona Sul” local.
Lei seca, todo o domingo.
O portenho tem boas razões para beber neste dia.
Seja para esquecer que são eleições, ou para aproveitar os preços dos vinhos.
Nenhum destes é sensacional na qualidade mas o preço é inacreditável.
Uma média de $5 pesos a garrafa, vem a ser R$ 2,80.
Não deve cobrir nem os custos da rolha.

Ando viciada em botequins.
Desde que recebi em casa meus amigos franceses,
freqüento botequins semanalmente.
Sou caçadora de novos lugares,
de preferência pé sujos tocados pelo dono.
Busco sempre o quesito personalidade para identificar
o destaque de cada casa.
Ando trocando o vinho pelo chopp,
Embora acompanhada por minha mãe, sempre levo algumas garrafas de
Sauvignon blanc ou chardonnay geladinhos.

Nossa última descoberta foi o Bar do Pavão,
na praça Xavier de Brito, Tijuca.
Aquela praça gostosa, onde Sr. Venâncio aluga cavalos e charretes.
O Bar do Pavão fica numa esquina, fresca e sombreada.
O Boteco é mínimo, mal cabe o Pavão,
que serve a comida, tira o chopp
e ainda conversa animadamente com todos os clientes.
Sábado é dia de feijoada
Domingo cozido.


Em contra mão, fui apresentada ao Geff,
dono do Gebeer na Lopes Quintas.
Não é para comparar, mas já que busco personalidade
este endereço tem de sobra.
Com o Geff sempre presente,
pode-se degustar cervejas de vários cantos do planeta,
acompanhadas de uma explicação com ficha técnica detalhada.
Geff sabe indicar qual melhor cerveja para seu paladar,
desde que você saiba explicar suas preferências.
Caso goste de cachaça, ele tem muito orgulho
em ter jóias preciosas, que descem redondo.
Periga ter que deixar o carro no estacionamento ao lado
e voltar de táxi para casa.
Ficar no Gebeer até fechar as portas é normal,
como a alegria de uma noite feliz.

Conto mais depois...

MARINA